domingo, 14 de setembro de 2008

- ORGULHO -

( Algo me diz que este é um post incompleto ... Mas vamos lá . )

O que é esse artefato que , oculto ou descaradamente estampado , nossa personalidade incontestavelmente carrega ?

É fato que em meio a um desgosto , discussão , briga ou qualquer derivado , as pessoas já se tornaram ignóbeis e mínimas pra você . ALGUÉM , ALGUMA vez na vida . E com base nisso que eu faço minha definição para orgulho :

O orgulho é uma coroa que , quando posta na cabeça , nos eleva acima das criaturas miseráveis que nos cercam , e nos dá o devido direito de pisá-las , garantindo uma momentânea e irredutível satisfação .

Não interessa o que tentem explicar por orgulho , se é bom ou ruim , se temos muito ou pouco dessa característica . Todos os resultados levam a essa explicação , e ninguém melhor do que uma vítima das conseqüências prejudiciais de carregar essa coroa para detalhar o assunto .

O orgulho é um contra-ataque mortífero , é uma arma afiada , é um escudo laminado que conforme defende , fere aquele que o enfrenta . Quanto maior o seu tamanho , maior seu poder de destruição , e embora apresente as evidências claras de que é algo extremamente ruim , a utilização deste meio nem sempre é algo intencional . Na grande maioria dos casos , o orgulho é como um vírus que se aloca na pessoa , muitas vezes sem ao menos que ela saiba , e cresce devorando suas emoções , assim se alimentando e tomando proporções catastróficas e/ou irreversíveis . As explosões contidas do que sentimos são o grande alimento do orgulho – uma raiva contida , uma decepção silenciosa , uma mágoa contínua – São os pilares dessa edificação semi-indestrutível que se cria em nosso interior , como cicatrizes que raramente somem da nossa pele , e nem mesmo com seu desaparecimento levam embora a lembrança da dor que um dia causaram .

Por quê ?

A raiva ... Quando tomados por ela , passamos a agir como se o nosso “ alvo ” fosse uma criatura insignificante , como se aquele que a dirigimos fosse alguém desprezível e desgraçado , como um vassalo que açoitamos impiedosamente . Irracionalmente , ela nos eleva , faz com que tenhamos por natureza , uma fúria primata que ridiculariza e minimiza aquele que a desperta . Nem sempre com palavras ou gestos , mas as vezes um mero olhar é o suficiente para transmitir cargas de raiva capazes de amedrontar qualquer um que o encare diretamente . E essa raiva que , intencionalmente ou não , nos faz sentir maiores do que os outros e vai se tornando um “ costume ” que o orgulho absorve futuramente .

Da mesma forma , uma grande tristeza ou decepção também contribui para que o nosso orgulho se alimente . O desejo de ficar sozinho , nos isolarmos absolutamente de todos que tenham contato com o mundo é uma maneira de se expor para que as paredes desse orgulho não encontrem dificuldades em se fechar ao nosso redor . Tristezas nos tornam vulneráveis , tornam fracos . Nos trazem medos , nos enchem de receios de novas tentativas e nos fazem acreditar que NÃO PRECISAMOS tentar de novo ( seja lá o que for ) , e que somos auto-suficientes por COMPLETO sem aquilo que nos causou a mágoa . Seja um amor traído , uma briga com um familiar , uma discussão no trabalho ou a decepção em uma amizade . Conforme nos decepcionamos continuamente , vamos abandonando as esperanças de crer que estes são tópicos necessários , e passamos a desvalorizá-los como se fossem pequenos grãos de areia em um deserto infindável , e os evitamos até que alguém sábio e paciente o bastante apareça para mostrar que o deserto só existe graças a cada um dos pequenos grãos , e sem eles é apenas uma porção incompleta de areia .

Enfim , após longo tempo exposto a tal experiência , torna-se fácil discernir as suas origens . Talvez todos sejamos orgulhosos pelo fato de não depender exclusivamente de nós evitar as origens desse mal , mas a proporção dele em cada pessoa varia conforme a maneira de viver . Quem vive com satisfação e feliz , certamente não carrega grandes doses desse veneno no sangue , enquanto aqueles que dia após dia enfrentam desavenças e perturbações , exalam por quilômetros a presença dessa arma letal em sua essência .

E eu ?

Bom , quando necessário , ou quando a vontade acende , consigo transmitir uma humildade ímpar e cativante , mas quando questionarem se carrego dentro de mim algum tipo de orgulho ... É fácil responder . Eu não o tenho .

Eu o sou .

Até a próxima .

2 comentários:

Anônimo disse...

Que foda o desfecho. Muito bem elaborado! Continue assim (H'

Anônimo disse...

Porra do caralho..rogeeerr..
tu escreve demais..
e vê se me agradece por te lido tudo isso.
Tem que dá uns dias pra lê tudo, tipo assim, uma estrofe por dia...
ueheuheuheuheuhuehueh
mas ta muito bom, não dá pra nega isso.
Bjão.